Amor

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o drama do diretor de Caché e A Fita Branca também conquistou o Oscar de melhor produção estrangeira, além de ter recebido os cinco principais troféus no César (filme, diretor, roteiro, ator e atriz). O austríaco Haneke é um cineasta que não faz concessões e gosta de jogar a plateia em turbilhões emocionais por meio de narrativas secas e isentas de sentimentalismo. Em seu novo trabalho, o conflito ganha o aflitivo registro de uma realidade não rara aos idosos. Com praticamente dois (grandes) atores e apenas uma locação (um apartamento em Paris), o realizador tem o mérito de trazer à tona uma história de desenrolar triste e arrasador sem deixar a trama cair na monotonia. Simples, a história flagra o cotidiano de um casal de octogenários, George (Jean-Louis Trintignant, magnífico!) e Anne (Emmanuelle Riva), professores de música aposentados. Durante um café da manhã, Anne não esboça nenhuma reação. A partir daí, Haneke usa elipses para mostrar a finitude da personagem após sofrer um derrame. Isabelle Huppert interpreta a filha deles, preocupada com o estado de saúde da mãe e ausente nas horas mais angustiantes. Estreou em 18/01/2013.

 

Refrigerante x Água