O Lado Bom da Vida

Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Das oito indicações ao Oscar, a comédia dramática conquistou apenas o prêmio de melhor atriz, para a jovem Jennifer Lawrence, de 22 anos. Na trama, extraída do livro homônimo de Matthew Quick, lançado pela editora Intrínseca, o professor Pat (Bradley Cooper) sai de um hospital psiquiátrico de Baltimore após uma internação de oito meses — o moço teve um surto de violência e foi diagnosticado com transtorno bipolar. A convivência com os pais (Robert De Niro e Jacki Weaver) configura-se em desordem. Incomodamente eufórico, Pat não para de falar, de correr, de procurar coisas pelos cantos da casa... Recusa-se a tomar remédios e está inconformado por ter sido obrigado por um juiz a ficar longe da esposa. O encontro casual com Tiffany (Jennifer) vai alterar sua rotina de obsessões. Essa jovem ficou viúva e caiu na boca do povo por fazer muito sexo sem compromisso. A primeira metade do filme mostra-se bem mais afiada, pelo registro psicológico de duas pessoas problemáticas sem travas na língua. O roteiro, contudo, abre mão de aprofundar o assunto, tirando de campo o drama e o humor negro para entrar na esfera do romantismo. Embora agrade a variadas plateias, a fita vai permanecer na memória pela atuação esfuziante de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Se não houvesse tamanha sintonia entre eles, talvez o resultado fosse menos promissor. Estreou em 1º/02/2013.